Descripção
do Ciclo de Vida do Pinheiro
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O
ciclo de vida do pinheiro representa o da maioria das coníferas,
o grupo mais numeroso das gimnospermas. Uma gimnosperma é uma
planta que produz sementes “nuas” ou expostas, não fechadas
dentro de um fruto. No pinheiro estas sementes se encontram nos
estróbilos, pinhas ou cones (daí o nome de coníferas). |
| Como
todas as plantas vasculares, o pinheiro apresenta alternância
de duas gerações em seu ciclo vital. A árvore adulta é o esporófito
diplóide maduro (2n), a geração que produz esporos. A partir
desta se origina o gametófito, geração haplóide (n),
de tamanho muito reduzido, parasita, já que depende
completamente do esporófito para sua nutrição. Na fecundação
se unem os gametas (formados nos gametófitos), para originar um
zigoto diplóide, que reiniciará o ciclo.
As coníferas
são plantas monóicas por apresentar flores unissexuadas
(masculinas e femininas), nuas, no mesmo pé. |
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As
flores masculinas (ou cones portadores de pólen), de 1-2 cm, são
formadas por numerosos estames ou microspórofilos, dispostos em
espiral ao redor de um eixo. Cada microsporófilo possui dois
sacos polínicos ou microsporângios.
Em seu interior se diferenciam as células-mãe do pólen
ou microsporócitos, cada uma das quais dá origem, por meiose,
a quatro micrósporos ou grãos de pólen uninucleados
(imaturos). |
| Cada
micrósporo é envolvido por uma parede celular
especializada, se divide mitoticamente duas vezes e se
transforma em um grão de pólen que contém quatro células:
duas protálicas, uma anteridial ou geradora e uma
célula do tubo polínico. Neste estado são liberados
dos microsporângios e sua dispersão por meio do vento é
favorecida pela presença de dois sacos aéreos.
Cada grão de pólen é um gametófito masculino imaturo. |
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Os
cones femininos são de maior tamanho e complexidade que os
portadores de pólen. São formados por brácteas dispostas em
espiral ao redor de um eixo, formando uma inflorescência
chamada estróbilo. Na axila de cada bráctea estéril se
encontra uma flor feminina constituída somente pelo carpelo,
que recebe o nome de escama ovulífera. |
| Cada
escama tem dois óvulos na parte superior. Cada óvulo apresenta
um tegumento e um nucelo multicelular (o megasporângio),
no qual se diferencia apenas uma célula-mãe dos megásporos
ou megasporócito. Os
cones femininos estão nos ramos mais altos, e os masculinos nos
inferiores. Esta disposição promove a fecundação cruzada, já
que o vento leva os grãos de pólen em grande quantidade até
os estróbilos femininos de outras árvores. |
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A
polinização ocorre na primavera. O pólen chega diretamente
nos óvulos. A
micrópila de cada óvulo produz uma gota de líquido pegajoso,
à qual se adere o pólen. Logo, esta gota se evapora e os grãos
de pólen são arrastados ao interior do óvulo até entrar em
contato com o nucelo. |
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As
escamas ovulíferas do cone, que estavam abertas, se fecham,
cumprindo então um papel de proteção. O
grão de pólen germina, formando o tubo polínico, que vai
crescendo lentamente através do nucelo. Apenas um mês mais
tarde, o megasporócito ou célula-mãe dos esporos se divide,
por meiose, originando quatro megásporos, três dos quais
degeneram.
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O megásporo funcional inicia a
formação do gametófito feminino (megagametófito) por
repetidas divisões mitóticas, que não são acompanhadas pela
formação de paredes celulares. Cerca de 12 meses depois, o
megagametófito está formado por uns 2000 núcleos livres
e somente aí é que começa a formação das paredes celulares. |
| Aos
15 meses se deslocam até a micrópila dois ou três arquegônios
contendo, cada qual, uma oosfera ou gameta feminino.
O resto do tecido do gametófito feminino se carrega de
substâncias nutritivas, transformando-se no endosperma primário.
Também
nesta época, o gametófito masculino chega à maturidade: a célula
geradora se divide para formar uma célula estéril (célula
do tubo) e outra espermática, que se divide, por sua
vez, em dois núcleos espermáticos (gametas
masculinos), antes que o tubo polínico alcance o
gametófito feminino.
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A
fecundação ocorre na primavera do ano seguinte. Um dos gametas
masculinos se une à oosfera e a outro se degenera.
Geralmente são fecundadas as oosferas de todos os arquegônios
e se inicia a formação dos respectivos embriões (poliembrionia
polizigótica), mas somente um deles se desenvolve
completamente. |
| Na
região inferior de cada arquegônio, a partir do zigoto se
originam quatro embriões geneticamente idênticos, por divisão
longitudinal e separação lateral de quatro fileiras de células
(poliembrionia homozigótica). Cada embrião possui um suspensor
na região superior, que tem como função empurrar o embrião
em desenvolvimento até o gametófito feminino, fazendo-o
penetrar no tecido nutritivo. Finalmente,
apenas um embrião sobrevive; depois de certo tempo o embrião
desenvolve uma radícula e um número variável de cotilédones.
Durante o processo, o tegumento se transforma em cobertura
seminal. |
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A
semente é uma combinação de duas gerações esporofíticas
diplóides (uma é a cobertura seminal mais os restos do
nucelo e outra é o embrião) e uma geração gametofítica
haplóide, o endosperma primário, tecido nutritivo ou
alimentício. |
| O
ciclo completo leva, normalmente, dois anos, quando as sementes
caem dos cones. As escamas ovulíferas se tornam lenhosas e se
abrem, e as sementes são transportadas pelo vento graças à
ala do tegumento, formada por uma porção delgada da escama
ovulífera. Isto se sucede no outono, dois anos depois da aparição
inicial dos cones e da polinização. |
Esquema do Ciclo de vida do Pinheiro

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